sáb. jul 27th, 2024
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Tem períodos que a gente emperra. Dá um ranço, uma preguiça de explicar o óbvio. Seja: o básico use máscara, o repetitivo evite aglomerar ou o filosófico redundante não existe racismo inverso. Me sinto no “Dia da Marmota”, um hamster na rodinha. Esse ano de tantos cancelamentos. Nós reles mortais cancelamos o Natal, o Ano Novo, o Carnaval , o Ano Letivo escolar, beijos & abraços, o mero direito de ir e vir foi suprimido pelo bem comum. Enquanto assistimos assustados, pasmos e perplexos a permanência da dicotomia que nos afasta, festas clandestinas reunindo centenas de pessoas felizes ignorando as milhares que se foram, insanos devaneios balbuciantes e raivosos enaltecendo o AI-5 e até mesmo vacinas de ar… Bora lá, vamos nos divertir e entreter, bora esquecer; ser popular e assistir o BBB. A galera preta comemora, uma participação maciça preta. E aí? As figuras da representatividade que inicialmente davam orgulho promoveram cancelamentos, humilhação e segregação vexatória. Ubuntu passou longe… Muitos vão dizer que esse tipo de programa não interfere, e muito menos dirão que acrescenta. Mas em minha humilde e sincera opinião esse tipo de comportamento e exposição atrapalha e fortalece capitães do mato espalhados por aí; servindo de justificativa e argumento para a parcela da nossa sociedade que continua proliferando a falta de respeito e as inúmeras discriminações que ocorrem e nos matam todos os dias. Eu ainda tenho sonhos . Quem de nós, não sonhou com Wakanda ? Sucessivos ataques ao livre pensar , militância distorcida , julgamento de orientações, e até mesmo questionamento sobre o correto tom de pele para que alguém auto se defina preto. Tombaram o bom senso . Fala sério quem precisa de alguém para autorizar os nossos anseios ? Diz aí, qual princípio você deixaria de lado para ter acesso a estabilidade financeira? Vale tudo por dinheiro? Quem você seria nesse circo de horrores ? Apesar de tantos pensamentos deprê, respiro fundo e me lembro do título: Resiliência, esse é o objetivo. .. Conseguir reerguer-se após a queda , não sucumbir após uma derrota, dar um Reset e começar tudo de novo do mesmo jeito ou totalmente diferente . A escolha é nossa sabendo que não vai ser fácil mas vale a pena . Assistir ao BBB e constatar causa e efeito , reparar que as pessoas estão mudando os critérios e repudiando atitudes que antes seriam atenuadas. Quem sabe um dia a gente aprenda a votar no mundo real com o mesmo entusiasmo. Assistir humilhados sendo exaltados , é uma satisfação perceber o quanto é dolorida, mesmo assim é um bálsamo. Pensando além das telinhas, prêmios e hashtags, nos concentrando no que há de real, todos nós, sobreviventes de 2020 conscientes ou não, somos resilientes. Estar vivo é motivo de gratidão. Dar um significado a esse privilégio é um dever. Por isso é tão importante que nos posicionemos, se imponha ,  respeitem e celebrem nossas raízes. É de vital importância sair da zona de conforto. Chega de se misturar com quem a gente não quer ser. Prefiro ser Divergente e continuar na Contramão , ser minoria é ter autenticidade, do que persistir no lugar comum , no raso e vazio, nos diminuindo e diluindo para caber onde não nos querem. 

Que a gente possa ter mais empatia. BBB é uma ficção que vivenciamos no mundo real Termino esse texto com Esperança. Divido com você essa ideia na real intenção que o ideal se multiplique… Busque, perca se, erre, acerte. Persista, insista mas simplesmente não desista, não se diminua, não se prive de suas crenças em prol de valores questionáveis. Somos muito maiores que as opressões que nos cercam.

About Post Author

Andreia Souza

Andreia Souza, paulistana de nascença, potiguar de coração. Mulherista , preta, mãe solo de dois filhos: Gabriel & Aysha. É a terceira geração de mulheres que vivenciaram a condição e situação de violência domestica em sua família. Mas não a chame de vitima ela se auto intitula Sobrevivente. Coordenadora do grupo Mulheres na Contramão e da Iniciativa DIVERGENTE 5, produtora cultural é apaixonada por audiovisual. Em 2018/2019, participou de 03 curtas metragens. Em 2020 esta com roteiro pronto para rodar o seu. Lançou seu primeiro livro em 2018 denominado” Re Existir, o X da questão”, em 2020 participou da Coletânea Escrituras negras A mulher que Reluz em Mim , com organização de Jeovânia P . Atualmente envolvida nas causas de combate a violência contra a mulher e o empoderamento feminino através da sustentabilidade. Sua palavra de ordem e meta: Equidade. Formada em 2019 na Escola Política RenovaBR, é Líder Nordeste do Movimento Nacional “ Vai ter mulher sim “, além de participar no Projeto #Estouaquiparacontar da atriz Thaina Duarte. Seu lema: Desistir de Desistir.
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By Andreia Souza

Andreia Souza, paulistana de nascença, potiguar de coração. Mulherista , preta, mãe solo de dois filhos: Gabriel & Aysha. É a terceira geração de mulheres que vivenciaram a condição e situação de violência domestica em sua família. Mas não a chame de vitima ela se auto intitula Sobrevivente. Coordenadora do grupo Mulheres na Contramão e da Iniciativa DIVERGENTE 5, produtora cultural é apaixonada por audiovisual. Em 2018/2019, participou de 03 curtas metragens. Em 2020 esta com roteiro pronto para rodar o seu. Lançou seu primeiro livro em 2018 denominado” Re Existir, o X da questão”, em 2020 participou da Coletânea Escrituras negras A mulher que Reluz em Mim , com organização de Jeovânia P . Atualmente envolvida nas causas de combate a violência contra a mulher e o empoderamento feminino através da sustentabilidade. Sua palavra de ordem e meta: Equidade. Formada em 2019 na Escola Política RenovaBR, é Líder Nordeste do Movimento Nacional “ Vai ter mulher sim “, além de participar no Projeto #Estouaquiparacontar da atriz Thaina Duarte. Seu lema: Desistir de Desistir.

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