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Pesquisa inédita revela desigualdade racial no mercado de tecnologia

83% das pessoas negras que responderam a pesquisa já sofreram discriminação. Das pessoas que cometeram a discriminação, muitas estão no ambiente de trabalho: colegas de trabalho (39%); profissionais de RH (35%) e chefes (34%)

Podemos dizer que o mercado de trabalho, em geral, é excludente: mulheres, pessoas com deficiência, pessoas negras, LGBTQIA+, entre outros grupos ainda são sub-representados. Na área da tecnologia, infelizmente, não é diferente.

O setor, majoritariamente ocupado por homens brancos com uma renda maior do que grande parte da população, passou por um processo comum a vários segmentos: o apagamento de pessoas negras e de outros grupos representativos.

Hoje, como a área da tecnologia é uma das mais promissoras no mercado de trabalho, estudiosos e empresas vêm maior importância em analisar a participação da comunidade negra nesse setor e os desafios enfrentados. Afinal de contas, o futuro das organizações está atrelado à diversidade e inclusão.

A pesquisa inédita Potências Negras Tec, realizada entre os dias 11 e 26 de outubro de 2022 pela comunidade Potências Negras e Shopping Experiencie, ajuda a entender um pouco as barreiras e desigualdades enfrentadas pelas pessoas negras no mercado de trabalho, especialmente na tecnologia.

O estudo contou com a participação de 1427 pessoas pretas (69%) e pardas (21%). Ao final das entrevistas, 56% dos entrevistados disseram ocupar cargos operacionais ou cargos de assistentes/técnicos e 29% estão desempregados.

Quando falamos sobre o segmento da tecnologia, 80% acreditam que a área pode impulsionar o crescimento na carreira. Entretanto, a renda média de pessoas negras que atuam na área TEC corresponde a 66% da renda de pessoas brancas. A falta de diversidade é o terceiro maior desafio que as pessoas negras sinalizam para o seu ingresso na área TEC.

Sabemos que a luta pela equidade não é de hoje e está longe de acabar. Para isso, é preciso analisar a sub-representação de raça no trabalho. Nesse sentido, já que o futuro do trabalho está ligado às tecnologias, precisamos trabalhar e lidar com as vulnerabilidades da comunidade negra para que ela tenha acesso a essas áreas como todas as outras pessoas. dessa forma, é necessário unir esforços da sociedade para discutir esses problemas e traçar estratégias em médio e longo prazo, com medidas que vão resolver, de fato, o abismo da desigualdade racial na educação e nas empresas, afirma Sônia Lesse, sócia-diretora na Profissas.

Mercado de trabalho e acesso à tecnologia

Em 2021, as 5 empresas mais desejadas eram do segmento tecnológico. Já em 2022, as Fintechs começam a aparecer no TOP 5. Neste ano, o número de pessoas negras com carteira de trabalho assinada caiu de 51% para 45% e o desemprego aumentou de 20% para 29%.

Durante o estudo, quando perguntamos sobre as formas de acesso à internet, o número de pessoas negras que utilizam provedores informais de internet subiu de 15% para 18%.  Esses e outros indicadores mostram que as dificuldades para entrar no mundo digital são maiores para pessoas negras.

Para ajudar a mudar essa realidade excludente, a Profissas, Escola da Diversidade, e a Minuto Consultoria realizam, anualmente, o Potências Negras Tec, o maior evento de tecnologia para gente negra, totalmente gratuito. É uma maratona de conteúdo para mostrar que tecnologia também é coisa de preto, com horas de programação entre palestras, painéis, entrevistas especiais e atrações culturais.

O objetivo do Potências Negras Tec é criar ambientes mais inclusivos, plurais e equânimes no mercado de tecnologia. Já que o setor de tecnologia vai moldar as próximas gerações de profissionais, a população negra também precisa ser incluída nesse cenário. O nosso desejo é empoderar pessoas pretas e pardas no mercado de trabalho e combater o racismo”, destaca Ana Minuto, especialista em Diversidade e Inclusão com mais de 15 anos de atuação na tecnologia.

Sobre a comunidade Potências Negras

Potências Negras é uma jornada de desenvolvimento  com foco na população preta e parda, co-criada por Profissas e Minuto Consultoria. A trilha começou em março de 2021 com o Potências Negras Summit, e segue com conteúdos mensais e experiências criadas especialmente para a comunidade negra. Para se ter uma ideia, as ativações do Potências Negras já impactaram mais de 6 milhões de pessoas e impulsionaram um número superior a 50 mil em suas iniciativas.

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Eddie Junior

Radialista à 20 anos na Região Metropolitana de Campinas , Jornalista
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