qui. maio 16th, 2024
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Fetiches a parte, não é de hoje que no Brasil tem visto muitas coisas por dentro das calças. A pessoa da vez é o senador, vice-líder de governo, Chico Rodrigues (DEM-RR) pego com alguns milhares de reais na cueca e nas nádegas. Não menos simbólico que as outras ocorrências, fossem elas nas roupas de baixo ou em malas, a prisão do político é uma flecha disparada no âmago do grupo que bradou que não haveria corrupção em sua gestão e, essa mesma corrupção, havia acabado no país. Numa clara demonstração de que não serão as palavras que findarão a corrupção. Estamos nós aqui olhando o Brasil do presente que traz toda a carga do passado, como numa máquina de movimento perpétuo.

Quando Chico Buarque disse: “Não existe pecado do lado debaixo do equador”, avalio que falasse do momento em que havia deuses e não teocentrismo. As roupas não eram para esconder nada. Quando havia, as roupas serviam de adereços, representações culturais, enfeites, demonstração de poder e outras finalidades. Eram peças que não poluíam, principalmente o meio ambiente. Por não haver a relação do capitalismo, creio não haver a necessidade do pagamento por algo, logo não havia divisões de classes, ricos e pobres, fome e nem mesmo opulência.

Mas, aí, chegaram as roupas e com elas todas as moralidades. Com o passar dos anos, aquilo que era normal e não passava de costumes e práticas das tribos virou imoral. Aquilo quer era moral, a forma correta de se portar em público vira costumes, divisão social, sonho de consumo, motor da indústria, meio de vida e, pior, punição ao meio ambiente. Em pleno século da informação, da mega volume de informação, somos impactados pela discussão quando algum fica sem roupa em público, numa praia, numa cena cultural e até mesmo no Carnaval. Moralizados pela nossa necessidade de ser contrários com aquilo que não entendemos. Enquanto, para o que entendemos, como o dinheiro nas roupas debaixo, esperamos que tudo seja resolvido ou definidos na casa da justiça. Essa que deve ser cega, que pode tardar mas não falhar. Esse artigo o publico no dia nacional dedicado aos professores. Muitas foram as homenagens rendidas àqueles e àquelas que formam todos os profissionais que atuam no país. Tenho plena convicção que estes heróis nacionais não educam ninguém para um dia ser corrupto e desviar recursos na cueca. Poderíamos hoje estarmos aqui rendendo justas glórias e lembranças à memória de Antonieta de Barros, a parlamentar negra, que criou o Dia do Professor. Um dia não estaremos mais preocupados em analisar as roupas alheias, para nas praças exaltando aqueles e aquelas que realmente viam o Brasil além da nação.

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Celso José Oliveira

Jornalista, Mestre em Ciência da Comunicação, Professor, Assessor de Imprensa e Agrofloresteiro.
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