Gestores precisam olhar para novos valores do mercado de trabalho, que acolham e mantenham os nativos digitais
Reter talentos exige das empresas, hoje em dia, muito mais do que oferecer benefícios e carteira assinada. Quando essa pretensão se refere à manutenção no time da Geração Z, dos nascidos entre 1996 e 2009, que em 2022 têm na faixa dos 25 anos de idade, requer dos gestores um olhar atento às características dessas pessoas. Oferecer uma “prateleira de benefícios”, mais associada aos valores e propósitos voltados à qualidade de vida, pode ser o caminho.
A começar que a Geração Z é formada por nativos digitais e, entre suas características, ela é a que põe fim à carreira tradicional. Considerados ansiosos e imediatistas, vão optar por ter diversas carreiras ao longo da vida e preferir remuneração personalizada, não mais limitada à tradição das leis trabalhistas, com carteira de direitos do trabalhador e planos de participação. A prateleira onde querem recolher seus ganhos consiste em oferecer benefícios intangíveis e complementares, como creche para os filhos, treinamentos terapêuticos que envolvam seu acolhimento emocional, bolsas de estudo que beneficiem sua carreira acadêmica, apoio da empresa no cuidado com sua família, entre outros. A oferta vai depender do olhar apurado dos gestores para as necessidades desse time.
De acordo com o professor Roberto Sachs, mestre em conflito de gerações nas empresas, fundador e CEO da Escola de Negócios Rock Ensina, de Piracicaba-SP, a Geração Z é mais desafiadora, deseja crescer e desenvolver projetos. Apesar de mais cética e receosa quanto ao futuro, ela quer mudar o mundo e, a ansiedade para que tudo aconteça o mais rápido possível, a leva a ficar menos tempo na empresa do que as gerações anteriores. “Observar as necessidades dos times e conhecer as características de cada geração são passos importantes rumo à tolerância e à compreensão das diferenças, fundamentais para complementar a gestão”, afirma o professor.
Segundo o livro “A vida de 100 anos: Vivendo e trabalhando na era da longevidade” (2016), obra baseada na experiência dos autores em economia, psicologia e sociologia Lynda Gratton e Andrew J. Scott, a previsão para esse jovem da Geração Z é de trabalhar até entre os 80 e 100 anos de idade, conforme o aumento da expectativa de vida proporcionado pelos avanços da medicina. A publicação, que vem mudando e revolucionando a maneira como se pensa sobre envelhecer e viver mais, mostra que esse jovem terá, portanto, de quatro a seis carreiras ao longo da vida.
Apreciador da obra de Gratton e Scott, o professor Sachs pontua que essa situação é bem diferente do que acontece com as pessoas da Geração X, que têm mais de 40 anos de idade. “Havia, na X, duas formas de se classificar alguém no mercado de trabalho: empregados ou desempregados. Ou atuava num trabalho fixo, profissional liberal, funcionário público, ou estava fora do mercado. A Geração Z aceita freelances, projetos temporários ou chega a uma empresa com a ideia de viver uma experiência, sabendo que, dali, vai partir para uma próxima mais atrativa. Tem essa dinâmica de gostar da mobilidade, de participar e pertencer, desde que faça sentido aos seus valores e propósitos.”
Sachs reforça que a “prateleira de benefícios” também é integrada por valores sociais. Ele cita como exemplo a sensação negativa para um jovem da Geração Z que trabalha numa empresa de alimentos sem nenhuma preocupação com o meio ambiente e a sociedade. Ou atua em uma companhia de recursos humanos onde os valores de relacionamentos não estejam alinhados com suas características. “Certamente, ele vai se sentir desconfortável e talvez não perdure nesse emprego.”
Outro ponto importante é que a Z é muito antenada e adepta a novas tecnologias. Valoriza e gosta de ferramentas que quebrem o modelo da velha economia. Por isso, se dão muito bem com o uso de aplicativos que oferecem respostas rápidas, como os de transporte, alimentação, viagens e hospedagens. “Isso também afeta sua retenção no mercado de trabalho, pois ele valoriza empresas e ambientes que proponham ideias de novas e atrativas tecnologias”, destaca o CEO da Rock Ensina.
Quando não encontra o que deseja na prateleira, a Geração Z costuma assumir novos papéis em sua atuação no mercado. Isso se vê em boa parte das startups recentes, fruto do empreendedorismo da Geração Z, que opta por construir modelos de negócios mais interessantes e atraentes em áreas da economia pós-moderna da era digital, envolvendo a economia criativa, de finanças e comunicação.
A arquitetura das empresas precisa ser reprogramada na narrativa das novas gerações que atualmente ocupam o mercado de trabalho, para que esses talentos sintam que podem evoluir na velocidade que gostariam e não renunciem ao emprego com tanta facilidade. Conhecer as características de cada uma das cinco gerações que compõem essa era é uma ferramenta importante para que as empresas possam evitar conflitos e planejar as ações com mais sabedoria.
Rock Ensina
A Rock Ensina é uma escola de treinamentos empresariais em vendas, liderança, inteligência emocional e talent management. Sua metodologia de ensino une conceitos de edutainment (game, rock e cores) e edtech (tecnologia educacional), promovendo uma experiência imersiva única para os alunos (avaliação 100 de 100 em 2022). É uma escola fora dos padrões, que atua com educação séria sem ser chata. Desde 2020, promove nos alunos o autoconhecimento e a Inteligência Emocional, ajuda a desenvolver pessoas através do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Nas equipes, auxilia a identificar e ampliar a distribuição de talentos, na contratação e treinamento dos colaboradores, eleva a autoestima dos times, desperta a criatividade, a inovação e o empreendedorismo, promovendo a melhoria organizacional. Tendo à frente o professor Roberto Sachs, o método já influenciou mais de 10 mil pessoas. Para conhecer a escola, acesse: rockensina.com.br ou nas redes sociais @rockensina.