A Imprensa Preta traz a 3º de uma série de quatro reportagens em parceria com a CBN Campinas, com o tema Racismo do Dia a Dia, em alusão ao mês de novembro,este aborda a Linguagem e expressões impróprias do cotidiana reforça racismo
Nega do cabelo duro, humor negro, mulata, samba do criolo doido, tem o pé na cozinha, preto de alma branca, não sou tuas negas, lista negra, mercado negro, você está me denegrindo, serviço de preto, esse são apenas alguns exemplos de palavras de cunho racista que estão impregnadas na sociedade e que as pessoas negras estão cansadas de ouvir e apontar como impróprias. Mas muita gente ainda não se cansou de usá-las, e por isso, elas seguem vivas no vocabulário. Esses termos reforçam um sentido de inferiorização e que os atributos ligados aos negros são sempre ruins.
Segundo a professora Dra. Lúcia Helena Oliveira Silva, pesquisadora com pós-doutorado pela Universidade de Nova Iorque, esse tipo de linguagem remonta ao longo período da escravização.
“Umas das formas de manter essa população subordinada, além da violência física, era também ideologicamente usar linguagem, colocações, organização, formas ideológicas que procuravam dar a essas pessoas características de inferioridade, somá-las a animais e também a elas colocar todos os adjetivos que ligavam a coisas ruins”, afirma a especialista.

Além de serem ofensivos, esses termos deixam marcas nos grupos que foram historicamente marginalizados e oprimidos. Um desses exemplos é a professora Elisandra Camilo, que cresceu ouvindo insultos por conta do cabelo crespo.
“Quando eu estava na escola primária eu sofria muito porque eu era alvo de chacota. Crianças da minha idade me chamavam de nega do cabelo duro, de cabelo de bombril, de cabelo ruim. Nessa época eu só sofria sem entender porquê”, relata a professora.

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